A nossa professora de História e Geografia de Portugal sugeriu que nós fizéssemos um blogue para aumentarmos os nossos conhecimentos sobre o Século XIX.
Aqui está ele.
Esperamos que vos seja útil!
Portugal na segunda metade do século XIX
Portugal na segunda metade do século XIX
Modernização do País
Na primeira metade do séc. XIX o reino estava pobre e desorganizado por vários factores como a independência do Brasil, as invasões Francesas e a guerra civil.
Na segunda metade do século Portugal, finalmente com os governos liberais, começou a recuperar do atraso em relação aos outros países europeus fazendo leis para desenvolver e modernizar o país.Modernização da agricultura
O governo quis logo incentivar a agricultura. Acabaram portanto os impostos e obrigações a que os agricultores cumpriam. Dividiram-se as terras.
Algumas medidas:
Algumas medidas:
-Tiraram as terras ao clero e à nobreza e passaram a ser vendidas aos burgueses.
-Acabou o direito de morgadio.
-Dividiram os terrenos incultos.
Assim sendo a área cultivada aumentou.
A utilização de novos métodos de cultivo fez a agricultura modernizar-se.
Com novas máquinas agrícolas os proprietários mais ricos facilitavam a sua vida.
Com elas também aumentaram a produção com menor número de trabalhadores.
Aumentou o cultivo de arroz, batata, feijão e milho que contribuíram para a redução das doenças.A fruta e o Vinho eram exportados.
Desenvolvimento da exploração mineira
A exploração mineira era muito baixa e Portugal gastava dinheiro com a importação de cobre, ferro e outros minerais. Para não desperdiçar os recursos minerais que já estavam no país o governo distribuiu mais ou menos 600 licenças a empresas particulares para explorarem minas. Os minerais mais procurados eram o cobre, o ferro e o carvão. Em volta das minas cresceram povoações pois mudavam-se para lá à procura de empregos.
O carvão tornou-se muito valioso no século XIX pois passou a ser a principal fonte de energia.Usava-se principalmente para produzir o gás, para o aquecimento, para a iluminação e em máquinas a vapor.
Mesmo com a exploração mineira, Portugal continuou a ter que importar carvão, ferro e máquinas.
Metalúrgica-Empresa que trabalha e purifica minerais.
Metalomecânica-Empresa que fabrica peças através dos metais purificados que vêm da metalúrgica
A modernização da indústria
No século XIX começaram-se a utilizar máquinas movidas com a força da água, vento, animais ou do homem.Pretendia-se produzir mais e melhor com as máquinas. Mas a grande revolução eram as máquinas a vapor, utilizadas pela primeira vez em Portugal em 1835.
Produção industrial:- Maiores quantidades em menos tempo com a ajuda de máquinas.
Produção artesanal-Produção demorada com a ajuda de utensílios simples e a força humana.
Principais indústrias nesta época:
- tecelagem
- fiação
- vestuário
- química
- calçado
- metalurgia
- chapelaria
- conservas
- cimento
- metalomecânicas
- vidro
- tabaco
As principais zonas industriais da época em Portugal eram a do Porto e a de Lisboa.
Transportes e comunicações:
Inicio do Sec. XIX, os transportes e comunicações estavam pouco desenvolvidos, a população de Portugal vivia isolada pois:
- a rede de estradas eram pouca e de má qualidade;
- transportes antiquados;
- o tempo de viagem longo;
Numa atitude de modernização e mudança Fontes Pereira de Melo, Ministro de D. MariaII, D. Pedro V e D.Luís I, procurou desenvolver a área dos transportes e comunicações, uma vez que desta forma abria a possibilidade de:
- Circulação de pessoas e mercadorias de forma mais rápida, barata e segura. Possibilidade de troca de ideias.
- Por outro lado este aspecto contribuia para o desenvolvimento da agricultura, industria e comrcio (desenvolvimento das actividades económicas).
- Em 1849, iniciou-se a construção de uma rede de estradas. Em 40 anos, a rede de estradas teve um grande aumento. Construção de túneis, viadutos e novas pontes
- Diligência ou "mala-posta"
- Construção de linhas de caminho-de-ferro (primeira viagem de comboio foi de Lisboa-carregado em 28 de Outubro de 1856).
- Abertura Á Europa com o inicio do SUD-EXPRESS em 1887.
- Modernização da orientação na navegação maritima (construção de faróis ao longo da costa).
- Em 1895, começa a circulação em Portugal de automóveis.
Inovação na área dos Meios de Comunicações:
Jornais:
- A Gazeta de Lisboa nasceu em 1641 (o segundo diário, mais antigo na Europa). Este foi o primeiro jornal português, a ser publicado com alguma regularidade.
- Contudo, a verdadeira implementação na imprensa portuguesa, só se efectiva no século XIX. Foi impulsionada pela revolução liberal de 1820. A liberdade de imprensa permitiu um grande aumento no número de publicações, sobretudo jornais. Todos estes jornais e revistas eram um estímulo à produção literária. Grandes escritores estrearam-se com artigos, novelas e romances nos folhetins dos jornais diários.
- Também se tornou moda a realização de conferências e a fundação de clubes culturais. Havia o culto pela arte de bem escrever e bem falar.
Reorganização dos Correios - Selos Postais:
Portugal aderiu ao sistema de colocação de selos nas cartas, postais e encomendas, no reinado de D. Maria II. Os primeiros selos portugueses começaram a circular em 1de Julho de 1853, com as taxas de 5 e de 25 réis, respectivamente castanho avermelhado e azul esverdeado. Pouco depois, ainda no mesmo mês, foram emitidas as taxas de 50 e 100 réis, em verde e em lilás. Apresentam, todos, a efígie (cabeça, rosto) da Rainha D. Maria II e foram gravados por Francisco Borja Freire.
Telefone e telegrafo:
- Em meados do século XIX, vão aparecer, por todo o lado, postes de telégrafo eléctrico, que seguem de perto o percurso do caminho-de-ferro. Em conjunto, estes dois novos elementos que marcam a paisagem estão ao serviço de um novo ritmo de vida próprio da burguesia capitalista.
Em Portugal, a introdução da rede ferroviária foi muito mais lenta do que a do telégrafo. Em 1856 era inaugurada a primeira rede oficial de telégrafo, que fazia a ligação entre o Terreiro do Paço e as Cortes e entre o Palácio das Necessidades e Sintra. A 20 de Julho do ano seguinte (1857), este serviço de telégrafo foi aberto ao público. Os utentes podiam utilizar este instrumento para comunicar, por exemplo, com o país vizinho.
- Em Portugal as primeiras experiências de telefone iniciaram-se em 24 de Novembro de 1877, ligando Carcavelos à Central do Cabo em Lisboa.
A primeira rede telefônica pública foi inaugurada em Lisboa a 26 de Abril de 1882 pela Edison Gower Bell Telephone Company of Europe Ltd que tinha a concessão atribuída desde 13 de Janeiro de 1882
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A População Portuguesa
Recenseamento e crescimento da população
Com evolução da população portuguesa e as mudanças ocorridas ao longo da nossa história (guerras, colonização, emigração, migração, doenças e outras), surgiu a necessidade de conhecer melhor quantos eram e como e onnde viviam.
Por outro lado para planear a modernização do país, era necessário saber concretamente o número de habitantes do país, as suas actividades e como estavam distribuídas a propriedade e a população.
Para isso fizeram-se as primeiras contagens poucos rigorosas porque se fazia a contagem do número de fogos (casas) e não de pessoas.
Na segunda metade do século XIX, os numeramentos foram substituídos pelo recenseamento ou censo - contagem do número de habitantes. Os recenseamentos são mais seguros.
O primeiro foi feito em 1864 no reinado de D. Luís I. A partir de 1890, foi feito de 10 em 10 anos.
Crescimento e distribuição populacional.
Para isso fizeram-se as primeiras contagens poucos rigorosas porque se fazia a contagem do número de fogos (casas) e não de pessoas.
Na segunda metade do século XIX, os numeramentos foram substituídos pelo recenseamento ou censo - contagem do número de habitantes. Os recenseamentos são mais seguros.
O primeiro foi feito em 1864 no reinado de D. Luís I. A partir de 1890, foi feito de 10 em 10 anos.
Crescimento e distribuição populacional.
O Litoral Norte de Portugal era mais povoado do que o Interior e sul do País porque, tinha um clima ameno, solos férteis e maior quantidade de portos marítimos, facilidade de comuninações.
A população concentrava-se à volta das cidades: Porto / Lisboa.
O aumento dos trabalhadores agrícolas sem emprego fez com que a população fugisse do campo para a cidade à procura de emprego e melhores condições de vida - “êxodo rural"
O aumento dos trabalhadores agrícolas sem emprego fez com que a população fugisse do campo para a cidade à procura de emprego e melhores condições de vida - “êxodo rural"
Verificou-se um aumento da população devido:
- Melhoria na alimentação;
- Desenvolvimento da Medicina;
- Não ocorrência de guerras;
- Melhores condições de higiene nas cidades.
O Ensino
Com as reformas do ensino pretendia-se que os jovens tivessem acesso a conhecimentos práticos e uteis para utilizarem ao longo da sua vida activa:
Com as reformas do ensino pretendia-se que os jovens tivessem acesso a conhecimentos práticos e uteis para utilizarem ao longo da sua vida activa:
o o ensino primário tornou-se obrigatório e gratuito
o Nas principais cidades foram criados liceus;
o Foram criadas escolas técnicas;
o Criaram-se novos cursos universitários.
Contudo, nem todos frequentavam a escola, principalmente no campo.
Defesa dos direitos humanos:
- Abolição da pena de morte para os crimes civis - 1867
- Extinção da escravatura em todos os domínios portugueses – 1869.
A vida quotidiana na segunda metade do sec XIX
Alterações na sociedade:
- Nobreza: perdeu regalias, passou a pagar impostos e não pode mais exigir ao povo que trabalhe para ele sem nada em troca.
- Clero: perdeu regalias; parte das suas terras passaram para o governo.
- Burguesia: começou a ser a classe mais importante, passou a fazer parte de alguns cargos do governo e enriqueceu com o comércio e com a industria.
- Povo: passou a ter os mesmos deveres e direitos perante a lei, apesar de continuarem a viver mal.
A vida quotidiana nos campos:
Actividades:
- Agricultura e criação de gado.
Alimentação:
- Simples e feita à base dos produtos que cultivavam ou podiam adquirir com mais facilidade.
- Compunha-se de: pão, azeitonas, sardinha, carne de porco e sopa de legumes frescos ou secos. O arroz e a batata também faziam parte da alimentação. Doces e carne, de vaca ou de aves, só em dias festivos. Cada região possuía os seus pratos típicos.
Vestuário:
- Variava conforme a região, o respectivo clima e ainda os trabalhos que realizavam.
Habitação:
- O tipo de casas também variava conforme a sua localização, o clima e os materiais de construção existentes na zona.;
- De um modo geral, os interiores eram simples e modestos.
Divertimentos:
- Estavam relacionados com as festas religiosas e com os trabalhos agrícolas (vindimas, ceifas, desfolhadas);
- Durante as festas do santo padroeiro de cada povoação faziam-se procissões, romarias, feiras e o povo divertia-se com bailes e jogos típicos da sua região;
- As crianças divertiam-se com os brinquedos que elas próprias construíam;
- Os homens encontravam-se e conversavam nas tabernas;
- As mulheres trocavam as novidades do dia-adia enquanto lavavam a roupa nas ribeiras
A vida quotidiana nas cidades
- No século XIX verificou-se um grande aumento populacional, sendo as cidades mais populosas Lisboa e Porto.
- Nas cidades viviam os burgueses (comerciantes, industriais, advogados, médicos, professores…), mas a maioria da população pertencia às classes populares (operários da indústria e construção civil, empregados de balcão, criados nas casas de pessoas ricas e da classe média).
- Os vendedores ambulantes abasteciam as cidades ao venderem os seus produtos (utilizavam um pregão especifico para cada produto. Ex: “Eh! Chicharro fresco!”
Alimentação:
o A burguesia e a nobreza tinham uma alimentação abundante e variada. Faziam quatro refeições diárias (pequeno-almoço, almoço, jantar e ceia), apreciavam pratos de carne e deliciavam-se com as sobremesas.
o O povo das cidades alimentava-se de pão, legumes, toucinho e sardinhas.
Divertimentos:
- As pessoas da cidade reuniam-se em cafés e clubes, jantares, festas e bailes;
- Iam à ópera, ao teatro, ao circo, às touradas e no final do século ao cinema;
- Frequentavam os grandes jardins, como: o Passeio Público e o Jardim Zoológico, em Lisboa, e o jardim de S. Lázaro, no Porto, onde conviviam, ouviam música tocada pelas bandas, assistiam a representações teatrais e ao lançamento de fogo de artifício
Vestuário:
O vestuário usado pelas classes mais ricas seguia a moda de França e da Grã-Bretanha.
Mudança e modernidade nas cidades:
- Mais higiene nas ruas e nas casas;
Mudança e modernidade nas cidades:
- Mais higiene nas ruas e nas casas;
- Ampliaram-se as redes de esgotos;
- Serviço de recolha do lixo;
- Iluminação das ruas;
- Abriram-se ruas e avenidas pavimentadas;
- Desenvolveram-se os transportes públicos: “americano” e “chora”
Habitação:
- Os mais ricos construíram luxuosas residências;
- A classe média vivia em andares mais ou menos espaçosos.
- Os mais pobres habitavam em bairros miseráveis e superlotados, sem esgotos nem água potável, sem higiene nem segurança. No Porto chamavam-se “ilhas” e em Lisboa “pátios” ou “vilas”.
Resumindo:
O dia-dia do camponês:
No século XIX, a vida quotidiana dos camponeses era , como sempre foi, dura e difícil.
A agricultura e a criação de gado continuavam a ser as principais actividades da gente do campo.
O camponês e a sua família viviam numa casinha, onde a cozinha com lareira era a principal divisão.
A sua alimentação era muito pouco variada. A base de uma refeição era o pão de milho ou de centeio, sopa e vinho. Também se comiam batatas, azeitonas, uma sardinha salgada ou um pouco de gordura de porco.
O vestuário do povo variava conforme o clima e os trabalhos de cada região.
Os divertimentos de que povo gostava estavam muito ligados a certos trabalhos e às festas da igreja: a ida à feira e às desfolhadas, assistir às corridas de touros, participar nas procissões e romarias eram os mais apreciados.
O dia-a-dia nas cidades
Nas grandes cidades do século XIX viviam diferentes grupos sociais:
· Burguesia: industriais, banqueiros, médicos, professores… viviam muito bem;
· Nobreza;viviam do rendimentos das suas terras;
· Classes populares: viviam mal, desempenhavam profissões e serviços.
São criados vários serviços públicos:
Companhia das Águas e Correios · Recolha de lixo
· Esgotos
· Esgotos
A modernização das cidades .
Na 2ª metade do século XIX , Lisboa e Porto tiveram um grande crescimento e modernizaram-se:
· Avenidas
· Ruas pavimentadas / passeios
· Os jardins foram arranjados
· Novos edifícios públicos: mercados, tribunais, teatros, escolas…
· Iluminação pública
· Bombeiros / policiamento de ruas
· Aparecem os 1º transportes públicos colectivos – “americano” “chora”
A vida na cidade torna-se mais cómoda, segura e saudável.
Os operários tinham uma vida dificil:
- Trabalhavam 12 horas por dia,
- Recebiam salário baixo,
- O salario das mulheres era metade do dos homens.
Por isso os operários começaram a organizar greves contra os salários e as condições a que os patrões os submetia.
Com estas greves a população começou a perceber que podia lutar pelos seus direitos.
Curiosidades
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